05/12/2024
Estudo anuncia a possível extinção dos queijos Brie e Camembert
Dois dos maiores ícones da culinária francesa estão ameaçados devido à sua produção em larga escala.
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Os queijos estão entre os ingredientes mais antigos da história, com seus primeiros indícios datados da época dos sumérios, a mais antiga civilização que se estabeleceu na região ao sul da Mesopotâmia (onde atualmente fica o Oriente Médio). É também um dos símbolos da cultura europeia, principalmente da França. Cada tipo específico de queijo carrega consigo séculos de tradição e peculiaridades culturais e históricas, que mudam completamente de acordo com o tipo de animal que fornece o leite, região em que é produzido, forma com que esses animais são criados e local de maturação do produto, que sofre influência até mesmo o tipo de pasto que é consumido pelas vacas.
Em janeiro deste ano, um estudo recente de cientistas da Universidade Paris-Saclay publicado no periódico Current Biology detectou que os principais fungos utilizados na produção do Camembert e do Brie estavam cada vez mais escassos por conta dos métodos de produção industrial utilizados para atender à alta demanda mundial.
De acordo com os cientistas, o fungo Penicillium camemberti albinos, usado na fabricação de queijos, que confere ao Camembert a sua casca branca e contribui no desenvolvimento do seu sabor e em seu aspecto amanteigado, está enfrentando problemas para se reproduzir devido ao processo de cultivo fúngico assexual, que não possui diversidade genética.
O Camembert, assim como o Brie, era antigamente maturado em cavernas ou salas de secagem conhecidas como hâloirs, onde os esporos de mofo naturalmente conferiam cascas azuis ou amarelo-acastanhadas. No início do século 20 houve a introdução do Penicillium camemberti albinos, que substituiu o mofo original e desenvolveu as cascas brancas que conhecemos atualmente.
As recentes descobertas apontam que esse mofo modificado possui uma diversidade genética muito baixa e sua capacidade de reproduzir sexualmente é extremamente reduzida se comparada com o mofo original, o que significa, de acordo com o relatório sobre as descobertas, que agora é muito difícil para os fabricantes adquirirem quantidades suficientes de Penicillium camemberti albinos para assegurar a produção contínua desses tipos de queijo.
Porém, para os grandes fazendeiros e especialistas, a visão científica não reflete a realidade do campo, pois existem laboratórios na França com estoque de diversas variedades de fungos semelhantes que podem ser utilizados pelos produtores. Algo considerado como um verdadeiro tesouro do passado, que pode ser aproveitado atualmente e mesmo no futuro, garantindo a continuidade da produção dessas verdadeiras joias a longo prazo.
Esta comunicação foi desenvolvida pelo CNIEL, Centre National Interprofessionnel de l´Économie Laitière (associação francesa sem fins lucrativos que representa toda a cadeia produtiva do setor lácteo na França) para ensinar a todos a apreciar e explorar os sabores dos queijos franceses. A Campanha Prazeres da Europa | Queijos da França está instalada no Brasil e destaca alguns pontos interessantes para enriquecer o seu conhecimento e criar memórias inusitadas.
https://www.facebook.com/prazeresdaeuropa
FONTE: Interamerican Network
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